A UNIÃO FAZ O CORPO
- Vivian Favero
- 16 de mar. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 28 de set. de 2023

Toda grandiosidade e total capacidade do nosso corpo não nos é explicada, exposta ou detalhada devidamente. Gosto de dizer que nossa divindade foi destroçada por séculos de insanidade. Hoje só é possível nos conhecermos por caquinhos fragmentados denominamos de “disciplinas” tais como anatomia, histologia, fisiologia, biologia celular, embriologia, biofísica, bioquímica, físico-química, neurobiologia, imunologia, psicopatologia entre outras, que por vezes, são ministradas de forma extremamente maçante e superficial, destinando-se a graduações de interesses específicos. Isto significa que, este conhecimento mesmo que fragmentado, só chega a uma pequena parcela da humanidade selecionada pela profissão ou interesse. Portanto, nosso ensino transformou o conhecimento, em peças de uma enorme quebra-cabeças, descreveu a funcionalidade de cada uma, porém, não nos tornou aptos a montá-lo.
Em síntese, seu corpo não é apenas o que se vê, ele é primordialmente físico e químico para só então ser biológico. Seu corpo é uma máquina única e complexa, cuja constituição se faz por aproximadamente 10 trilhões de células diferenciadas, que unidas, formam tecidos, e estes, dotados de habilidades, formam seu corpo. Como espécie H. sapiens, pertencentes ao reino Animalia, Filo Chordata, Classe Mammalia, Ordem Primates, família Hominidae, gênero Homo, fomos favorecidos com extraordinárias habilidades, responsáveis pelo nosso êxito até os dias atuais, como: a) a capacidade e a sensibilidade de se manter vivo, garantida pela homeostase (harmonia entre sistema nervoso e endócrino); b) a habilidade de defesa, inteligência adquirida que forma nosso sistema imunológico; d) a sabedoria de perpetuação, maestria que garante nossa unicidade pela reprodução.
Nossas células funcionam como pequenas fábricas individuais, que muito bem organizadas sabem a qual tecido pertencem (reconhecimento celular), e qual função devem exercer até sua morte (função celular). A sincronia e reconhecimento celular é algo incomparável, mediada por uma gama gigantesca de fatores (químicos e biológicos), tem por objetivo transformar o “TUDO” (células que forma tecidos) em “TODO” (corpo). E este é o mais digno exemplo do “todos somos um”, o perfeito alinhamento da vida!
Ironicamente, vida e morte andam de mãos dadas em nosso corpo. Todos os dias números incontáveis de células exercerão sua última função, e como em um piscar de olhos, serão substituídas por novas, que com o mesmo esforço de suas antecessoras darão continuidade a sua missão. Este movimento harmônico entre vida e morte, chamado de mitose celular (duplicação/replicação celular), nos garante não só uma reciclagem ou manutenção, mas também a continuidade da vida até nosso envelhecimento.
Cada duplicação celular precisa ser certificada, analisada, vasculhada, reconhecida, assegurada e acreditada. Nosso organismo possui um padrão altíssimo de exigências, nosso ISO 9001, aos quais regras só são burladas, quando nossa sinergia e equilíbrio por algum motivo estão debilitados. Aqui, por mais uma vez, nossa capacidade como ser vivos se mostra, pois somos capazes tanto molecularmente como biológico de definir o “certo” e o “errado”, corrigindo (bases duplicadas erroneamente de nucleotídeos de nosso DNA) e eliminado o erro (apoptose ou morte celular). Imaginem o número de vezes que isto acontece por hora em seu corpo, e multiplique pelas suas horas de vida (em anos) até aqui. Preciso dizer que você é um milagre diário?
Em resumo, você é o entrelaçamento perfeito e harmonioso de átomos, que ao formar elementos químicos, formam moléculas, estas formas organelas (habitantes de suas células) e células. Estas células, cada uma com sua especialidade forma tecidos e órgãos que funcionam em comunhão formando sistemas que mantém seu corpo vivo.
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